Sempre tive o dom de fazer o bem, a vida, no seu discorrer,
foi me posicionando de várias maneiras, me tornei uma boa pessoa apesar dos percalços.
Tenho defeitos, sou impetuosa, intempestiva, exagerada, amo demais, sofro
demais, sinto tudo demais e ainda procuro manter a criança que fui um dia
dentro de mim.
Rendida a uma alegria imensurável quase todo o tempo,
gargalhadas e mais gargalhadas, trago em mim tantas coisas, tantas que nem sei
como cabem num só coração.
A pouco, descobri que me amava exatamente como eu sou, e que
não mudaria nada em mim, muito menos essa espontaneidade que tanto me
caracteriza, e que ao mesmo tempo me conduz para fora de qualquer padrão existente,
o impressionante da vida é que ela sempre te surpreende, você acha que sabe
tanto, e realmente sabe, porém nunca sabemos de tudo, é ai que danada da vida
te arrasta pra lugares inimagináveis, neste momento considerações a cerca da experiência
que só se adquire com a vivencia no passar do tempo, coisas que sentimos antes,
ainda enquanto mais jovens, mostram-se em circunstâncias e obviamente em
pessoas diferentes, as emoções são potencializadas de maneira a qual nunca nem
imaginamos, fico me perguntando se daqui
a mais alguns anos, tudo mudará novamente.
Mas sem perder o foco, falava sobre as emoções potencializadas,
a essas emoções que fluem quando lugares nunca antes habitados em nossos corações
são surpreendidos por uma doce e risonha presença, e a gente descobre um mar de
coisas novas, coisas com as quais nem sabemos lidar, sinto-me como uma criança
que vê o mar pela primeira vez, o encantamento
no olhar, a adrenalina, o medo, o cuidado, o encorajamento pra molhar apenas os
pés, até que se habitue, e com toda sua ternura permite-se ser envolto por todo
aquele “azul salgado”, a sensação é inenarrável. Uma vez envolto, o desejo de
permanecer ali, torna-se constante, o que acontece é que as vezes o “mar” não está
próximo de nós, e outras vezes quando somos o mar de alguém estamos distantes.
A lição que aprendi,
é que pra se estar envolto ao “azul salgado” dessa imensidão de inconstâncias que
é o “mar”, basta ser como a criança, cautelosa e destemida, uma atitude não impede
a outra, elas se ordenam, fazendo com que o novo seja experimentado,fazendo com
que a sensação seja desfrutada dos pés a cabeça, sem se preocupar com a distancia, tem o medo ali rondando, mas a
alegria está sempre consumindo mais, a adrenalina, a ternura e o encantamento
no olhar.
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